Treinamento Auditivo pode ser realizado fora da Cabine Audiométrica?

Tânia Lin
3.9
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Treinamento Auditivo pode ser realizado fora da Cabine Audiométrica?

Teoricamente não, mas na prática constatei que sim.

Na minha experiência clínica, observei que acomodar crianças entre 6 a 9 anos, dentro de uma cabine audiométrica sentada, colocar fones e pedir para que responda a estímulos de maior ou menor dificuldades, foi se tornando muitas vezes inquietante.  Sempre procuro explicar o porquê estão ali e o que vão ouvir.   Verifiquei furos no compensado que reveste as paredes da cabine devido aos dedinhos nervosos.  E ficava me perguntando o que se passava dentro daquelas cabecinhas?

A importância do treinamento auditivo nos transtornos do processamento auditivo não pode ser negada.  É uma intervenção rápida nas alterações e necessária como forma de minimizar os prejuízos comunicativos escolares e sociais.

O treinamento auditivo tem como objetivo o fortalecimento das estruturas neurais e modificação cerebral chamada de Neuroplasticidade, resultando assim em uma audição mais eficiente.

Nesse processo é solicitado que a criança realize atividades para memória, discriminação de sons em intensidades e frequências diferentes, atenção a estímulos de fala com ruído competitivo (história ou barulho não verbal), discriminação frequência e duração, prosódia (combinação de tons a serem imitados) dentre outras. Tudo isso de acordo com as necessidades de cada indivíduo.

Diante dessa situação, iniciei experiência de intervir de maneira ativa seguido com base em estudos e minha intuição. Comecei alternando uma sessão dentro da cabine e outa fora da cabine. Foi surpreendente! Digo que essa mudança impulsionou e promoveu as sessões que se tornaram dinâmicas e agradáveis.

As crianças chegavam animadas para dar continuidade a terapia. Perguntavam logo: “hoje é fora da cabine”?  Observei melhoras na atenção, memória, percepção dos sons, reconhecimento de frequência e duração.  Ressalto ainda a melhora da autoestima, como fator preponderante para se alcançar o resultado esperado.

O paciente sempre deve ser incentivado e elogiado pelos acertos. O treinamento auditivo deve ser prazeroso, deixando fluir a criatividade do fonoaudiólogo.

As pessoas são únicas. Nem todas conseguem atingir performance em 10 sessões. Esse fato demonstra que não foram suficientes para adequar todas as necessidades de alguns pacientes que apresentavam além de transtorno do processamento auditivo outras alterações que dizem respeito a Linguagem oral e escrita, devendo sim dar continuidade a terapia com um fonoaudiólogo especialista nesta área.

Sigo em frente sabendo dos desafios que ainda terei de enfrentar, me baseando em experiências vividas e respostas positivas.

Se você notou algum dessas dificuldades em seu filho, venha fazer uma consulta. Terei prazer de responder suas perguntas. Clique aqui e saiba mais. Clique aqui e saiba mais.

Tania Lin é graduada em fonoaudiologia, especialista em linguagem e Audiologia (CRFa 1-1616).

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